sábado, julho 23
colocava aquele vestido no limite do permitido curto, passava aquela sombra preta em torno dos meus olhos e decidia, decretava, que o próximo que cruzasse meu caminho, seria digno de pena. peguei meu celular, alguns cigarros bolados e andei pela rua livremente cantando como se ninguém pudesse me escutar
- ela é louca - cochichou com ar crítico
- deve ter doido ter chegado a esse ponto. - respondeu hipnotizado
Aline Tófalo
explica-se minhas revoltas momentâneas, minha falta de paciência com pessoas e com coisas que condiz com a minha idade.
eu to ficando absurdamente louca.
eu estou presa em um corpo de uma adolescente que ainda não tem a liberdade que eu preciso, liberdade de escolhas.
aqueles problemas de não aguentar mais baladas e noites mal dormidas. não conseguir mais dormir em qualquer lugar, sem minhas coisas... manias de velho. sem contar aquele outro problema em não falar a mesma língua que as pessoas que convivem comigo normalmente falam. e todo aquele julgamento por simplesmente querer e preferir homens mais velhos.
estou presa nesse corpo, nessa situação que todos acham certo. estou presa nesse tempo e com essas pessoas estranhas que tentam fazer com que eu ache que a estranha sou eu por não me encaixar.
angustia estar presa nesse corpo que não corresponde minhas necessidades!
enlouquece estar nessa vida com alguns limites impostos, limites que não teve jeito... meu pai teve que impor.
Aline Tófalo.
aquele momento em que você acorda, se olha no espelho e repete pra si mesma, quantas vezes for necessária pra você conseguir realmente se convencer: " eu nunca mais caio nessa. nunca mais, ninguém vai entrar na minha vida de tal forma. " Por favor meu Deus, me dê força de vontade e vergonha na cara pra cumprir isso.
estou naquele momento de sinal vermelho. o problema é que os homens parecem daltónicos. não conseguem ler a frase escrita nas entrelinhas: cuidado! não se aproxime, mulher raivosa.
Aline Tófalo.
segunda-feira, julho 18
segunda-feira, julho 11
eu olhei pra forma como ele me olhava. ele tinha medo nos olhos, e talvez um pouco de sinceridade, mas só um pouco. não digo que poderia ser arrependimento, mas sim consciência do quão grave tinha sido aquela ação. o quão pesada parecia. ele talvez preferiria que não tivesse acontecido, mas aconteceu. poderia facilmente perdoar, mas .. não não. se analisar, doeu sim. e eu preciso mesmo valorizar minha dor, meus esforços e meus caminhos. preciso me dar ao luxo em ter razão e agir como tal, sem ninguém tira-la de mim. preciso mesmo valorizar minha dor, meus esforços e meus caminhos porque realmente ninguém valoriza, afinal.
Aline Tófalo.
domingo, julho 10
Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor, era tudo a favor
Aline Tófalo.
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