quinta-feira, janeiro 19



inúmeros sufocos que ela passou... todas essas vezes que ela ficou sentada, arrumada, exalando seu perfume doce como a sua alma. o coração na mão, esperando qualquer tipo de noticia, e torcendo para que realmente alguma coisa muito grave tivesse acontecido, para poder explicar o porque, o porque ela estava ali, sentada no sofá da sala com a bolsa ao lado, se vendo no reflexo da sua televisão. ela e aquele silencio ensurdecedor! 
aquela crise de ansiosidade novamente, acompanhada com as náuseas, e depois de um certo tempo, o sono incontrolável juntamente com uma vontade descontrolada de chorar. 
porque Deus do céu, ela teria que ir pra cama, mais uma noite, com um nó na garganta e com o celular debaixo do travesseiro, esperando tão pouco: qualquer ligação dele bêbado em troca de toda confusão que estava dentro dela. passaram e sempre passam dias e dias, e nenhuma explicação. 
e só sobra ela. ela e tudo que foi guardado, guardado, e guardado. 
ela acabou se tornando uma carga explosiva
e no final das contas, isso faz dela, cada vez mais atrativamente curiosa, e neles, despertam uma vontade de chegar mais perto e entender porque ela é abandonada tantas vezes, o porque os que se aproximam demais fogem e porque nunca ninguém conseguiu suprir o que ela tinha de incompleto física e emocionalmente
Aline Tófalo.

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