quinta-feira, maio 31


É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando.
Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada, às vezes nem em você. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza sempre. E perde o charme. O prazo. A i
dentidade. A coerência. O rebolado. 
Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ser ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja se tornando ou enfim sendo. 
Difícil é permanecer ao lado dele quando parece que todos já foram embora, porque realmente todos foram embora (...) Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais intensas desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. 
Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e, especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente, nem que o tempo, outras pessoas, outras coisas forcem.

Aline Tófalo

Nenhum comentário:

Postar um comentário